Acelera Mais - Revenda Veículos, Carros, Motos, Caminhões Novos e Semi Novos Compra e Venda Espírito Santo, Carros Usados Comprar Carro, Vender Carro, Comprar Moto, Vender Moto, Comprar Caminhão, Vender Caminhão, Revenda, Revendedores, Novos, SemiNovos, Semi-novos, Lojas de Carro, Automoveis, Automovel, Vitória, Vila Velha, Cariacica, Serra, Viana, Guarapari, Colatina, Linhares, Cachoeiro de Itapemirim e Castelo

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Novo Citroen C4 hatch encara Ford Focus

Acelera Mais - Portal de Veículos, Carros, Motos, Caminhões Novos e Semi Novos Compra e Venda - Espírito Santo

O hatch francês só chega ao Brasil em março, mas já fomos à Argentina acelerá-lo. E mais: o colocamos lado a lado com o novo Focus

Lucas Litvay, de Buenos Aires

Ford Focus Ghia e Citroën C4 Exclusive: novos hatches médios argentinos são os mais modernos do Mercosul

Você já ouviu o tango Por Una Cabeza. Não? Vale a pena. É uma obra-prima composta em 1935 com música de Carlos Gardel e letra de Alfredo Le Pera. Tocada por dez entre dez músicos portenhos, fala de um apostador compulsivo em corridas de cavalo que compara seu vício pelos equinos com sua atração por mulheres. No final, em uma metáfora, seu cavalo fica atrás do rival por apenas “uma cabeça”. Mas, afinal, o que esse tango tem a ver com o duelo entre os novos Ford Focus Ghia e Citroën C4 Exclusive de quatro portas? É que a disputa entre os dois hatches argentinos, assim como a música de Gardel, foi decidida na linha final com apenas uma cabeça de vantagem. E como no derby do tango, foi cheia de reviravoltas e ímpetos emocionais à moda portenha. Vejamos.

Logo que cheguei a Buenos Aires, ouvi de um colega jornalista que por lá são feitos os hatches médios mais modernos da região. Uma “cutucada”, é claro, mas impossível de discordar. Não há dúvida que no segmento o Ford e o Citroën são os dois carros mais em sintonia com a Europa. Mas qual deles é superior? O C4 usa a plataforma que se denomina “2”, utilizada no Peugeot 307. A carroceria de quatro portas é novidade aqui, mas não no mundo - há cinco anos ela existe na Europa e até nos vizinhos Uruguai e Chile. O Focus, por sua vez, usa uma plataforma que também já é conhecida na Europa (a segunda geração do modelo que nunca veio para o Mercosul era montada sobre ela) e foi modificada há apenas um ano. É tão moderna que a Volvo decidiu usá-la em seu C30. Além disso, o Focus é maior que o C4, com 4,4 cm a mais para o alto, 7,7 cm para os lados e 6,6 cm mais comprido. Efeito colateral: o Ford é 41 kg mais gordo.

Quando a discussão foi para a estética (tema mais subjetivo que Pelé versus Maradona, qual é o melhor?), o representante da Citroën Argentina, um portenho de 60 anos, disparou o primeiro impulso emocional: “Pelo amor de Deus, eu corto meus pulsos se o Focus for mais bonito. Olha essa traseira sem graça”, falava nos apontando a tampa do bagageiro. O fato é que tanto o Focus quanto o C4 exibem um desenho moderno e, principalmente, harmônico. As linhas da dianteira e da traseira conversam. Mas, diferentemente do nosso amigo da Citroën, prefiro as linhas Kinetic da Ford. (E prefiro Pelé).

Nas curvas, o Focus se mostrou mais equilibrado. Mas o C4 freia melhor.

Ao entrar nos carros, a disputa cabeça a cabeça continua. Aproveitando os centímetros extras, o Focus se mostra mais cômodo e espaçoso. No C4, a sensação é que você senta mais próximo às portas e em uma posição mais elevada. À sua frente está um painel semelhante ao do C4 Pallas, com direito a velocímetro digital no centro e volante com miolo fixo. Na versão topo de linha, como a avaliada, o C4 conta com regulagem elétrica do volante em altura e profundidade. Falando nos equipamentos de série, o Citroën se mostra superior. Ele traz os mesmos mimos do Focus, como controle de velocidade de cruzeiro, CD player com MP3, Bluetooth e ar-condicionado digital de duas zonas. Mas anote aí o que o C4 tem a mais: saída de ar-condicionado nos bancos traseiros, sensor de estacionamento no parachoque dianteiro, faróis de xenônio e seis airbags – dois dianteiros e quatro laterais. Nessa altura da corrida, o Citroën toma a vantagem. E nosso amigo emocional, aquele dos pulsos, abre um sorriso.

Citroën C4 (esq.) tem painel digital central e volante de miolo fixo. Focus Ghia (dir.) traz partida por botão

Não está na hora de ligar o motor? Calma. Falta comparar o tamanho dos portamalas. São 320 litros para o C4 e 328 l para o Focus — capacidade quase idêntica. Eu não disse que a briga é parelha? Antes de assumir o volante, aproveito para checar o que eles calçam. As medidas dos pneus são as mesmas (205/55 R16), sendo Michelin Energy para o C4 e Pirelli P7 para o Focus.

Escolhemos o autódromo da cidade de Dolores, a 200 quilômetros de Buenos Aires, para acelerar os hatches. Tapete lisinho, um retão e uma sequência de quatro curvas divertidas. Nesse cenário, não demorou para o Focus se destacar. Ele é mais esportivo e nervoso: acelera e retoma velocidade mais rápido que o rival. As trocas de marcha são mais precisas e é difícil o carro escapar nas curvas, mesmo forçando o acelerador — um dos méritos da suspensão independente multilink na traseira. O C4 inclina muito mais, não oferecendo tanta precisão. Mas na hora de frear é nítida a vitória do Citroën. Em todas as tentativas o C4 se mostrou mais eficaz.

Consoles centrais do Ford Focus Ghia (esq.) e Citroën C4 Exclusive (dir.). Ambos têm ar-condicionado digital bi-zona

Apesar dos freios, saímos de Dolores convictos da superioridade do Focus. Mas os números mostram semelhanças mais uma vez: os dois contam com motor 2.0 a gasolina de 145 cv no caso do Ford e de 143 cv no do Citroën ao mesmo regime de rotação – 6.000 rpm. No torque, ligeira vantagem do C4 – 20,4 kgfm a 4.000 rpm ante 18,9 kgfm a 4.500 rpm do Focus.

Na volta a Buenos Aires e, especialmente nas ruas esburacadas da periferia da capital argentina, o Citroën deu o troco. Nessas circunstâncias, é bem melhor estar dentro do C4. Isso porque a suspensão dele tem menor rigidez. Na cidade, o funcionamento é quase perfeito. Já o Ford opta por uma suspensão mais dura que o deixa uma delícia numa auto-estrada ou lá no autódromo. É questão de gosto. É questão de uso. Você roda mais na cidade ou na estrada? Responda a pergunta e você saberá quem vai te tratar melhor.

Como as vendas do C4 hatch de quatro portas começam apenas em março, a Citroën do Brasil ainda não informou oficialmente por quanto o argentino será vendido por aqui. Mas espere por preços próximos aos do Focus, que custa R$ 65.130 na versão Ghia. Ou seja, a versão topo de linha Exclusive chegará por uns R$ 65 mil — e terá motor 2.0 Flex de 151 cv com álcool, a exemplo do Pallas. Sem dúvida, a Citroën tem um carro competitivo, cheio de qualidades e escasso em descuidos. Mas menos refinado e divertido que o rival. Neste tango, quem festejou a milonga – por uma cabeça – foi o Ford.



Fonte: autoesporte.com.br

Nenhum comentário: