A Troller agora pertence à Ford, que comprou a empresa cearense para se beneficiar de um crédito de algumas centenas de milhares de reais em incentivos fiscais. Ao contrário do que muitos esperavam, a multinacional decidiu manter a fábrica independente, sem pôr sua marca nos veículos por ela produzidos. Mas isso não impediu que interferisse bastante em sua construção: seus engenheiros, junto com os que já trabalhavam na Troller, fizeram mudanças substanciais no carro, visando melhorar sua qualidade e desempenho dinâmico.
Mais de 500 peças foram modificadas. Antes da compra pela Ford, o Troller usava componentes de várias procedências, o que, naturalmente, o grupo americano não poderia admitir. Além disso, colocar sua assinatura num veículo projetado por terceiros, sem um exame detalhado do mesmo, seria um ato de imprudência.
As mudanças também incluíram o processo de fabricação. A carroceria de fibra de vidro, antes laminada, agora é feita em molde, o que a tornou mais uniforme e resistente. A motorização, a diesel, foi mantida e é um dos pontos altos do jipe. O motor MWM tem excelente torque em baixas rotações, característica ideal para o trabalho em terrenos difíceis. O câmbio não chega a ser macio, mas é fácil de operar. O que atrapalha um pouco são os pedais: quem tem pé grande e usa tênis, corre o risco de apertar o do freio involuntariamente ao pisar no acelerador. Com o tempo, você se acostuma e isso deixa de acontecer, mas pode ser perigoso.
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